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domingo, 11 de janeiro de 2009

Genésio quer mudar o HINO NACIONAL

Ouviram o quê? Quem ouviu?

Genésio é amigo de longa data. Com ele converso quando estou precisando de novos assuntos. Genésio vive no mundo das hipóteses impossíveis. Das heresias, das irreverências e dos palpites.
A última do Genésio é sua implicância com a letra do Hino Nacional. O Hino vai completar um século de vida, em 2009. E Genésio argumenta que já não vivemos num mesmo Brasil nem somos o mesmo povo. -- Vou propor ao Lula que se lance um concurso nacional, agora, em 2008! Vamos escolher uma nova letra!
A que decoramos tornou-se pura decoreba, reclama Genésio. Pouquíssimos estão cientes do que realmente diz o texto de Joaquim Osório Duque Estrada, poeta romântico de limitados recursos, que ainda teve a cara-de-pau de usar dois versos da Canção do exílio de Gonçalves Dias: "Nossos bosques têm mais vida, / Nossa vida mais amores"...
No início, um verbo enigmático: Ouviram. Mas quem ouviu o quê, e de quem ouviu? Ouviram do Ipiranga. O Ipiranga falou alguma coisa? E o que se ouviu? O brado retumbante de um povo heróico... O povo todo gritou?
Esse grito tem a ver com o brado guerreiro. A pátria há de ser adorada, idolatrada. Será? E o filho da pátria deve estar disposto a morrer nos campos de batalha... Mas essa atitude não tem mais nada a ver com os dias de hoje. Sangrar pela pátria? Não seria mais inteligente aprender a viver na pátria, e a conviver com as outras pátrias? Por que o Hino se presta a elogiar a guerra? Terra mais garrida? Por que tem garras afiadas, talvez? E o que fazer com esse bendito lábaro que ostentas...?
Genésio não aceita que esse impávido colosso fique deitado em berço esplêndido. Aliás, gigante dentro de um berço é cena estranhíssima. Trata-se de um bebê gigante? E de um bebê que está deitado eternamente?
"Florão da América" é demais da conta, queixa-se Genésio. Um florzão, é isso? A imagem de um país-ornamento não diz nada aos ouvidos contemporâneos. Seríamos ainda um enfeite a ser contemplado, paisagens, céus azuis? Não estaria na hora de atualizar um pouco esse quadro, industrializá-lo, informatizá-lo? Nossos blogs têm mais links...
Genésio sugere que o novo Hino incorpore também um tom de denúncia. Por que não lembrar aos brasileiros que hoje nossos bosques têm menos vida?
Esse Genésio tem cada uma...
Gabriel Perissé é doutor em Educação pela USP e escritor.
Web Site: www.perisse.com.br
15/08/2007

Um comentário:

Febo Vitoriano disse...

Quem é este Genésio? Qual o problema com o lirismo do Parnaso? Aff! A Academia Brasileira de Letras surgiu onde? Que desrespeito a um clássico!